sábado, 2 de outubro de 2010

Pobre homem de lata...

“E o homem de lata só foi em busca de um coração por não saber o trabalho que ele dava”

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço?

A impenetrabilidade diz que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço. O dono dessa teoria, certamente, não conheceu a hora do rush em São Paulo e para desmentir essa teoria basta passar um dia na vida de autêntico paulistano.

O galo mal cantou e já começa a tortura. Lá vem ela, a lotação – que não pudera ter nome mais apropriado – que de tão cheia, só é possível adentrá-la após passar vaselina pelo corpo.

Espreme, puxa, empurra, soca bolsa daqui, bolsa dali, pisão no pé, cotovelada na costela. Começou a luta livre. O inferno é menos quente, menos violento e mais vazio. É tanta gente por metro quadrado que todo mundo passa a ser um único ser. Não existe suruba no mundo que te invada tanto quanto o interior de uma lotação.

São seis horas da manhã e a lógica da higiene nos faz imaginar que todos no recinto tenham tomado banho pelo menos na noite anterior. Pois bem, percebemos que estamos errados cada vez que o infeliz ao nosso lado levanta os braços. Eu sei que devemos ser tolerantes, mas alguém explica alguém feder às seis da manhã?

E o trânsito? São tantos os motivos que o causa que chego a pensar que se espirrarem no Iraque, São Paulo vai parar. É impressionante o poder de uma gota d’água, choveu na zona leste, São Paulo pára. Garoou no Acre, São Paulo pára. Um cachorro mijou na Marginal Tietê, pode ter certeza que São Paulo vai parar.

Passada a primeira parte do inferno vem a segunda e pior parte: o metrô. Nessa hora toda a nossa dignidade vai por água abaixo. As pessoas se encaixam como num Kama Sutra. Agente encoxa os outros, os outros encoxam agente. Uma putaria só. E o metrô se rastejando. Se a preguiça me permitisse, eu provaria por A+B que ir trabalhar a pé era mais rápido.

Sem ter melhor definição, descrevo a estação Sé como um orgasmo. O trem quem vem da zona leste é um pinto gigante e nós somos todos espermatozoides. O óvulo é o vagão do trem com sentido ao Jabaquara. Todo mundo sai correndo, se pisoteia, se esfolam desesperadamente, como em busca de uma fecundação.

E todo esse martírio serve para que? Para trabalhar durante dez horas!

Mas uma coisa é certa, se estamos na terra para pagar por nossos pecados, podem ter certeza. O céu deve estar cheio de paulistanos.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

De médico, cantor e louco, nem todo mundo tem um pouco!

Todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite e em busca de diversão as pessoas se submetem a qualquer coisa, até mesmo a enfrentar uma sala de Karaokê.

O Karaokê é uma invenção japonesa, o que prova que o demônio nasceu no Japão, já que uma sala de Karaokê não está muito distante de uma repartição do inferno.

Em salas de Karaokê existem tipos sempre presentes: a gorda cantando “Robinson”, a moça com voz de homem cantando “Garganta”, o homem com voz de moça cantando “Zizi Possi”, a dupla de super-héteros cantando “Robocop Gay”, o senhor de bigode cantando “Evidências”, a dupla de bêbadas que enquanto uma canta “fazer amor de madrugada”, a outra se diverte cantado “primeiro a patroa depois a empregada”, o sertanejo vasectomizado pela calça jeans, e por último, mas não menos irritante, os que cantam em inglês parecendo hebraico.

Cuidado com as homenagens. Certa vez, a gorda que canta “Robinson” disse: “essa música que eu vou cantar é a musica preferida da minha amiga”, todos nós paramos para ouvir e ela, aos gritos, cantava “vermelhou o curral lá lá lá...” aí eu me pergunto: quem é que tem essa música como preferida? A mãe do Boi Bumbá?

Uma noite de cantoria é uma grande reunião de cantores de chuveiro que durante a semana se matam de cantar com o tubo de Rexona no banheiro para uma platéia imaginária. Ora mandam um beijo para uma fã, ora se emocionam com o carinho de outra. Esse momento tão íntimo nada mais é do que um ensaio para as performances que serão apresentadas num Karaokê no fim de semana.

Essas performances podem passar de divertidas a ridículas, portanto, tome cuidado. Zele pela sua reputação e manere na intensidade da apresentação. Antes de subir a um palco de Karaokê para pagar um mico histórico, imagine que sua avó está ali sentada a sua frente, pois assim, certamente, você será um pouco mais ponderado e lembre-se, você não está participando da grande final do Programa do Raul Gil.
PS: Eu adoro Karaokês!

terça-feira, 29 de junho de 2010

Quando Eu Crescer...

- Quando eu crescer quero ser patinador.
- E eu quero ser jogador de futebol de botão.
- Isso nem é trabalho.
- Claro que é.
- Não é não.
- Jogador de futebol é trabalho, por que jogador de futebol de botão não é?
- Porque é diferente.
- Diferente nada. Meu pai falou que esporte também é profissão.
- Seu pai não sabe de nada.
- Não fala assim do meu pai!
- Futebol de botão não é nem esporte e nem trabalho.
- E se tiver salário?
- Se tiver salário é trabalho.
- Então, eu quero ser um jogador de futebol de botão com salário.
- E quem vai te pagar pra jogar futebol de botão?
- Hum... Não sei.
- Viu como não é trabalho?
- O seu também não é trabalho.
- Claro que é.
- Patinador é trabalho?
- É sim, no supermercado que minha mãe vai tem patinador.
- É verdade. Mas você nem sabe andar de patins.
- Mas eu aprendo.
- Eu já sei jogar futebol de botão. Só preciso aprender mais. Será que tem faculdade pra isso?
- Acho que não. Mas de patinação tem.
- Tem nada.
- Claro que tem. Eu já vi.
- Viu? Onde?
- Não lembro, mas eu vi.
- Você está mentindo.
- To nada.
- Ta sim.
- Não to.
- Sei... Vamos brincar?
- Do que?
- De pega-pega
- Agente já brincou disso hoje.
- De esconde-esconde?
- Só de dois não tem graça.
- Do que você quer brincar?
- Vamos brincar de faz de conta?
- Faz de conta o que?
- Faz de conta que eu sou dono de um supermercado e sou um grande patinador.
- Ta bom e faz de conta que o seu supermercado paga pra eu ficar o dia inteiro jogando futebol de botão!

sábado, 12 de junho de 2010

Traição

- Preciso ir embora.
- Fica mais um pouco.
- Não posso, esqueceu que eu sou casada?
- Você mora aqui em cima. Não demora nem dois minutos para chegar em casa.
- Já está na hora do meu marido chegar.
- O corno?
- Não fala isso.
- Corno! – grita.
- Cala a boca! – grita ela.
- Você o ama?
- Amo.
- Mesmo?
- Eu moro num apartamento de luxo e tenho carro importado. Ele não me exige filhos, paga minhas contas, não me deixa trabalhar e ainda me dá um cartão de crédito sem limite. Você também não o amaria?
- E eu?
- O que tem você?
- O que você sente por mim?
- Tesão!
- Só?
- Só.
- Eu posso te dar o mesmo luxo. Por que você não me ama então?
- Você nunca será igual a ele.
- O que ele tem que eu não tenho.
- Inteligência – sussurrou em seu ouvido.

Silêncio absoluto. Ele anda pelo apartamento enquanto ela se veste.

- Você volta amanhã?
- Se der.
- Vai dar?
- Não sei, vou ao cabeleireiro.
- Pra que?
- Vou cortar o cabelo.
- Mas você já está linda.
- Está comprido demais. Tchau.
- Até amanhã.
- Até.

Ela deixa o apartamento, pega o elevador e sobe até o último andar, antes de descer se olha no espelho, analisa seu pescoço e arruma sua roupa. Sai do elevador e entra em seu apartamento. Surpreende-se por seu marido já estar em casa.

- Já chegou? – pergunta ela.
- Onde estava?
- Saí. Está com fome?
- Saiu pra onde?

A pergunta ecoava pela sala enquanto ela buscava desesperadamente por uma resposta:

- Fui ao cabeleireiro – respondeu a primeira coisa que passou pela cabeça – Gostou?
- Do que? – perguntou enquanto seus olhos percorriam aquele corpo tentando perceber o que havia de diferente.
- Não reparou?
- Claro que reparei. Você cortou o cabelo! – chutou.
- Sim – respirou aliviada – Gostou?
- Ficou linda! Ainda mais linda.
- Adoro quando você repara em mim.
- Eu sempre reparo em você.
- Por isso que eu te amo

Beija-o na boca e vai para seu quarto agradecendo a Deus pela falta de atenção masculina.
Texto escrito a pedido de Leandro Custódio
Obrigado

Evas, Putas e suas maçãs

Mãe e filha conversavam dentro do carro através do retrovisor a caminho da feira.

- Mãe, por que Adão e Eva foram expulsos do Paraíso?
- De onde você tirou isso?
- Da aula de religião?
- Era só o que me faltava. Foi assim, lá no Paraíso tinha árvore que Deus falou pra eles não comerem o fruto.
- A maçã? – interrompe a menina.
- Se você sabe por que está me perguntando?
- Porque eu não entendi direito.
- Então, Deus falou que não era para eles comerem a maçã.
- Mamãe, Deus não gosta de maçãs.
- Não é isso minha filha. A maçã é só uma metáfora.
- O que é isso?
- Metáfora? Fudeu!. Metáfora é, como posso dizer. Depois você pergunta pro seu pai. Aí a Eva deu a maçã pro Adão comer, Deus não gostou e expulsou os dois e pronto.
- Acho que Deus também não gosta de metáforas, não é mamãe?
- É minha filha. Filho da puta! – gritou ela para um homem no trânsito.
- Mãe? O que é Puta?
- Hei, não pode falar isso não, menina!
- Mas você falou.
- Eu posso. Eu sou adulta.
- Quando eu crescer eu vou poder falar Puta também?
- Éh, poder não vai. Mas vai falar quando estiver nervosa.
- Mas o que é então?
- O que é o que?
- O que é Puta?
- Puta é palavrão!
- Igual caralho?
- Onde você aprendeu isso?
- Eu ouvi o papai dizendo. Ele me disse que era um apelido pra pipiu.
- Ah, ele disse isso?!
- Mas ele disse que eu não posso falar.
- Não pode mesmo.
- E puta?
- Puta também não pode.
- Mas o que é Puta?

Lembrou da lógica do marido

- Puta é um apelido para prostituta!
- E o que é prostituta?

Se arrependeu tarde demais por ter usado a lógica do marido. Respirou fundo:

- Lembra da história da Eva?
- Lembro.
- Então, as prostitutas são as Evas que vendem suas maçãs. E fim de papo.

Continuou dirigindo, sem falar mais nada. Chegaram à feira, desceram do carro e começaram as compras. Banana, laranja, batata, tomate e afins. Quando já estavam voltando para o carro ela lembra:

- As maçãs!

Voltam à banca de frutas e uma senhora vem atendê-las.

- Oi menina linda!
- Oi dona Puta - disse a menina sorridente.

A mãe não teve outra escolha, pegou a menina pelos braços e saiu correndo pela feira enquanto a menina se desculpava:

- Mãe, eu esqueci o nome só lembrei do apelido. É prosti o que?

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Eloquência

- Bom dia meu amor! Dormiu bem? Nossa que mal-humor! Vou abrir a janela pra deixar entrar o sol. Xiii, ta chovendo. Levanta imprestável, você está atrasado. Acha que eu to gorda? Filho da Puta, não era pra responder. Me empresta seu cartão, preciso comprar algumas coisinhas pra casa. A Maria não vem hoje. Tchau, bom trabalho. Atende logo esse telefone! Lucas, vem tomar café pra ir pra escola. Acorda Melissa. Ah, que falta a Maria faz. Oi mamãe, só estou te ligando pra falar que vou passar aí mais tarde. Oi, aquela blusa tem preta tamanho M. E a calça, tem strech? Laceia muito? Aceita cartão? Divide em quantas vezes? Posso trocar se não gostar? Oi mãe, comprei umas coisinhas. Olha só, não é a minha cara? Já desisti de ter comprado. Tchau mãe. Filho! Aqui. Entra no carro logo que aqui é proibido estacionar. Ops, esqueci de soltar o freio de mão. Barbeira é a puta que pariu! Tem lição? Já chegou Melissa? Já pro banho Lucas. Vocês querem batata frita? Ah, que falta a Maria faz. Alô Maria, sou eu, cadê a batata? Obrigado. Alô, já ta chegando amor? Pode ser batata frita pro jantar? Ótimo. Como foi seu dia? O meu foi um horror. O jantar já está na mesa. Melissa tira a louça. Amor! Pega a toalha pra mim! Essa não, a vermelha! Obrigado. Precisa molhar o banheiro todo pra tomar banho Marcos? Boa noite. Ah Marcos, nem vem, estou com dor de cabeça!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Au Revoir, Mamãe

Certa vez, meu sobrinho mais novo, na época com uns seis anos de idade resolvera... bem, melhor não contar o final agora.

- Gabriel! – gritou minha irmã da cozinha, enquanto preparava o jantar.
- Que é?
- Já chega de videogame, vai tomar banho para jantar.
- Peraí mãe, só falta uma fase.
- A fase de tomar banho. Vai já!
- Agora não mãe.
- Agora sim Gabriel.
- Só mais dez minutinhos, por favor.
- Gabriel Henrique. Agora!
- Ah mãe!

Ele foi até a cozinha batendo o pé, minha irmã já prevendo isso o aguardava com a colher de pau não mão.

- Ah o que? – disse ela.
- Também eu não posso fazer nada nessa casa. Nem jogar videogame.
- Ou você vai pro chuveiro agora ou eu vou quebrar o seu Playstation...na sua cabeça!

Confesso que minha irmã não é uma das pessoas mais pacíficas.

- Também eu vou fugir de casa! – saiu batendo o pé.
- Posso saber pra onde?
- Pra... pra... Paris! – gritou ele já no quarto.
- Pra Paris? – pergunta ela com deboche – Então me leva! Também quero ir.

Ela ria sozinha enquanto se perguntava o porquê do menino querer ir para Paris. Provavelmente era porque recentemente assistira ao desenho Ratatouille, que por sinal é meu desenho favorito e confesso que também me fizera ver a cidade luz com os olhos diferentes.

- Oh Mãe! Manhê! O que eu preciso pra fugir de casa?
- Dinheiro!

Alguns minutos depois apareceu ele com uma mochila nas costas de calça, blusa e cachicol.

- Você não acha que está calor demais pra sair assim?
- Na França tem neve. Faz muito frio!
- Ah ta.

Ela continuou no seu fogão, sem dar muita atenção. Ora olhava a panela, ora olhava o menino que pegava pão, biscoito, suco e preparava a sua lancheira.

- Tchau mãe! – deu um beijo nela. Deixa um beijo pro meu pai e diz pra ele que eu estou com muita pressa e não vai dar pra falar com ele.
- Mas Gabriel! Quem foge de casa não se despede.
- Não?
- Não. Deixa um bilhete e sai sem ninguém ver.
- Ah é?

Voltou para o quarto escreveu um bilhete e o deixou em cima da cama. Ao sair encontrou sua gata. Abaixou-se e disse:

- Vou sentir saudades.
- Miau! – respondeu ela.

Ao chegar à cozinha se deparou com minha irmã na porta.

- Mãe fecha os olhos.

Ela obedeceu e ele sai correndo pelo quintal. Ela entrou e fechou a porta. Meu cunhado, que estava a todo esse tempo no quarto, chegou à cozinha.

- Cadê o Gabriel?
- Foi pra Paris.
- Pra onde?
- É uma longa história.

Ambos sentaram-se e ela contou toda a história para ele, os dois riram muito.

- E você deixou?
- Você acha que ele vai muito longe? Daqui a pouco ele volta. Conheço minha cria.

Ela arrumou a mesa enquanto meu cunhado saiu para procurá-lo. De fato, ele não fora muito longe, estava na calçada sentado, abraçado à mala e dormindo. Meu cunhado pegou-o no colo e o levou para dentro rindo:

- Não sabia que a França era tão perto. Vou colocar ele na cama

Minha irmã os acompanhou, arrumou a cama para ele deitar e encontrou o bilhete que ele escrevera.

- “Papai e mamãe, acho que já estou bastante grande para morar com vocês, vou para França, sentirei saudades. Amo vocês, beijos. Gabriel”.

Minha irmã, por curiosidade, resolveu abrir a mala que ele fizera. Dentro havia uma escova de dente, um creme dental de morango, uma blusa, um pijama, um carrinho, dois reais em moedas - que foi tudo que conseguira pegar no cofrinho – e um vidrinho de Tylenol.
Quem disse que as crianças não sabem se cuidar sozinhas?

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Aquela lá

Duas mulheres conversavam no sofá de uma sala enquanto um menino brinca de bater figurinha no chão.

- Você viu... – lembra que o menino está na sala. Lucas porque você não vai brincar no seu quarto?
- Por que lá tem carpete.
- E daí?
- E daí que não dá pra bater figurinha no carpete.
- Então vai brincar lá embaixo – sugere ela.
- Ta chovendo.
- Na cozinha?
- É muito fria.
- Que tal a varanda?
- Muito pequena.
- No banheiro?! - Diz irritada.
- Papai está tomando banho.

Percebendo que não haveria como tirá-lo daí. Resolve continuar a conversa assim mesmo.

- Você viu que aquela lá ta grávida?
- Aquela lá quem?
- Aquela lá – arregala os olhos aponta o menino com as sobrancelhas.
- Ah ta. Lembrei – ri sozinha. Aquela lá.
- Então, ta grávida.
- E daí?
- E daí que ninguém sabe de quem é.
- Ninguém quem?
- Ninguém ninguém ué. Faz as contas comigo. Ela largou do Beto faz seis meses certinho. Três dias depois ela já tava desfilando com o Pedrão. Agora ela aparece grávida. Adivinha de quantos meses?
- Hum?
- Seis meses.
- Como você sabe que ela terminou com o Beto há exatamente seis meses?
- Por que ela terminou com o Beto no dia que eu fiz minha definitiva. Marquei na minha agenda por que tinha que retocar. Foi no mesmo dia que ela fez as mechas loiras no cabelo.
- Por que mulher triste sempre muda o cabelo.
- Eu não estava triste.
- Não to falando de você, to falando dela.
- Sei lá.
- E como você sabe que ela ficou com o Pedrão exatamente três dias depois?
- Por que ela apareceu com ele aqui no primeiro dia que eu lavei o cabelo depois da definitiva.
- Veio aqui fazer o que? Vocês são amigas agora?
- Olha para minha cara. Tenho cara de quem faz amizade com esse tipo de gente? Veio aqui na maior cara de pau pedir o macaco emprestado pra trocar o pneu do carro do Pedrão. Falando nisso, até hoje ela não devolveu o macaco.
- A tá. E de quem será que é o filho hein?
- Sei lá. Aquela lá é uma vagabunda né. Vai saber se ela não teve mais ninguém nesses três dias né? – Ambas riem.
- E como você sabe que ela está de seis meses?
- Por que ontem eu fui retocar pela segunda vez a minha definitiva e ela estava lá retocando as mechas. Ela puxou assunto e falou.
- Minha mãe sempre disse que mulher grávida não pode pintar o cabelo por que faz mal pro bebê. É verdade?
- Não sei. Só sei quando o bebê nascer agente vai saber de quem é.
- É verdade porque o Beto é branco e o Pedrão é preto.
- E se nascer moreninho?

As duas riem e toca a campainha. O menino levanta, abre a porta e se depara com uma mulher com um macaco na mão. Ele olha para seus cabelos quase loiros, para sua barriga de grávida, para o macaco e grita:

- Mãe, aquela lá chegou.

Nunca duvide da lógica e esperteza de uma criança.

terça-feira, 18 de maio de 2010

O Tubo da Pasta de Dente

Carlos já está dormindo quando Clarisse entra no banheiro, penteia o cabelo e olha os indícios de futuras rugas em seu rosto. Coloca as pernas sobre a privada, espreme as coxas até encontrar as malditas celulites, fica deprimida. Vira-se de costa para o espelho, analisa sua bunda e percebe que ela não resistiu à lei da gravidade. Pega sua escova de dente:

- Carlos! – grita
- O que foi? – grita Carlos enquanto pula da cama e tenta colocar a calça jeans ao mesmo tempo.
- Quantas vezes eu já te pedi, aliás, já te implorei pra não fazer mais isso?
- Calma Clarisse, eu posso explicar. Essa marca de batom na minha camisa foi de uma mulher que se esbarrou em mim no metrô.
- Não fuja do assunto Carlos Henrique Ribeiro. E já não te disse que não é para apertar o meio da pasta de dente e sim a ponta?
- Ah é isso? – responde ele voltando para a cama.
- Volta aqui Carlos, eu ainda não terminei – diz ela seguindo ele com o tubo da pasta de dente na mão.
- Hum – resmunga ele.
- É assim que se faz – ela demonstra enquanto ele assiste a cena com um olho aberto e o outro fechado.
- Quantas vezes eu te disse isso hein?
- A mesma quantidade de vezes que eu já te pedi para não pendurar calcinhas no registro do chuveiro – vira-se de bruços e coloca o travesseiro em cima da cabeça.
- Ahhh – arranca o travesseiro dele e joga no chão. Uma coisa não tem nada a ver com a outra.
- Ah não? É engraçado como as coisas que você não gosta são muito mais irritantes do que as coisas que eu não gosto.
- Parece que você faz tudo para me irritar, Carlos. Por que você coloca a toalha molhada em cima da cama?
- Eu coloco no M-E-U L-A-D-O D-A C-A-M-A! – grita pausadamente como se estivesse falando com uma retardada surda. Por que você corta a unha e deixa seus restos de unha no sofá?
- Elas caem no cantinho que não dá pra tirar. Por que você não levanta a sua bunda do sofá aos domingo à tarde para tirar as latinhas de cerveja vazias da mesinha de centro?
- Porque você não tem paciência de me deixar terminar de assistir ao jogo! Por que você me acorda aos sábados de manhã ao som de Jorge Aragão?
- Porque eu tenho que acordar cedo pra fazer faxina porque o seu salário de merda não dá nem pra termos nem uma diarista!

Silêncio fúnebre.

- Você devia ter casado com um cara mais rico!
- Desculpe amor, não foi o que eu quis dizer.
- Mas foi o que você disse.

Carlos pega seu travesseiro e se ajeita no sofá da sala. Olha no vão entre as almofadas e encontra pedaços de unhas. Prefere dormir no tapete. Clarisse chega com um cobertor:

- Você esqueceu da coberta – Diz enquanto cobre ele. Essa sala faz tanto frio.

Ela deita por atrás dele e o abraça. Ele se vira e ela o beija. Eles se beijam ardentemente e de repente:

- Vadia! – grita ele e dá um tapa na cara dela, o barulho ecoa pela sala.
- Cachorro! – Grita enquanto revida o tapa!

Aos tapas, mordidas e arranhões, eles transam selvagemente. Aliviam todo o stress em forma de violência sexual. Aquela agressividade que a moral não os permitia trocar em uma discussão, na cama os permite, até que juntos chegam ao orgasmo. O som da respiração pára, o atrito entre os corpos pára, o silêncio paira. Ela repousa a cabeça no peito dele e diz:

- Você me ama?
- Amo.
- Mesmo?
- Mesmo.
- Faria qualquer coisa por mim?
- Claro que faria.
- Não espreme o tubo da pasta de dente no meio não.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Entre o Céu e a Terra está o Paraíso

O porteiro do céu é o Cid Moreira que solenemente distribui “boa noite” a todos que entram enquanto narra pelos autos-falantes os salmos bíblicos diariamente. De segunda a sexta, todos os moradores do Céu passeam pela Terra tentando resolver os problemas cotidianos. Aos sábados acontecem as missas celestiais e aos domingos todos descansam como fez o Criador sob a eterna serenidade divina.

Já o purgatório é o Point onde as melhores pessoas se encontram. Só gente boa. Todos os dias os novos integrantes são recebidos por Zeca Pagodinho e um copo de cerveja. Ao escurecer, acontecem as noites musicais lideradas por Elis, Tim Maia, Cássia Eller e Cazuza. O purgatório é verdadeiro mistério entre o Céu e a Terra, pois seus integrantes podem escolher se querem subir ou descer, mas geralmente ficam por lá mesmo por ser muito mais agradável.

Logo na portaria do inferno está o Serginho Malandro contando piadas aos que chegam. Ao entrar é possível ver três salas. Na primeira estão os rapers, fankeiros, pagodeiros, axézeiros, sertanejos e afins, todos eles gravando Cd´s para mandar pelos motoboys para os camelôs venderem aqui na Terra. A segunda é uma sala de Karaokê, onde os calouros do Raul Gil ensaiam suas músicas. Na terceira estão os políticos, apresentadores de programas dominicais e os ex-BBB’s que se reúnem para escrever os roteiros do Zorra Total. Tudo isso acontece de segunda a sábado. Aos domingos, Celso Portiolli e Pablo apresentam o Quiz “Qual é a música?” enquanto, do purgatório, Silvio Santos ri e na companhia de Lombardi distribui aviõezinhos de dinheiro.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Flauta doce, meia lua e berimbau, a maldição do capeta!

Existem três maldições sonoras que podem causar o caos musical: uma flauta doce, um pandeiro meia lua e um berimbau. Três instrumentos que, diante das circunstâncias, só podem ter sido criados pelo capeta.

Eles por si só, já são insuportáveis, por que estão sempre em mãos erradas?

O primeiro contato que tive com uma flauta doce foi quando minha professora de Artes, num ato insano, resolveu nos ensinar a música “cai cai balão”. Nesse momento eu rezava para que todos os alunos engolissem suas flautas e a professora enfiasse a dela... deixa pra lá.

Já o pandeiro meia lua está sempre presente em luais. Como se já não bastasse os cantores que não sabem cantar e o violonista que não sabe tocar, sempre existe um indivíduo tocando uma meia lua enquanto grita “é preciso amááár as pessoas como se não houvesse o amanhã”.

Por último, mas não menos irritante, está o berimbau. Criado pelos escravos que os tocavam acompanhados de atabaques enquanto jogavam capoeira e cantavam “Paranauê, paranauê Paraná”. Diante disso, é fácil entender porque eles sempre iam para o tronco.

Sendo assim, use essas porcarias a seu favor. Junte dois amigos, pegue esses instrumentos e faça serenata àquele seu vizinho chato. Será uma forma gentil e musical de mandá-lo para o inferno!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Ser mãe é padecer no paraíso? Quem disse?

Ser mãe não é uma tarefa fácil, acho até que merecem um curso universitário para aprender a melhor maneira de ensinar seus filhos a enfrentar o mundo.

Cabe a ela ensinar que chupeta entorta os dentes, que não pode chamar a tia de gorda e que, em hipótese alguma, deve perguntar por que a vovó tira os dentes para dormir. Isso faz parte da sensatez.

Ao nascer, as crianças já começam a criar suas personalidades e antes dos seis meses já é possível diagnosticar algumas características. Aquele bebê que chora quando está no berço e para de chorar quando está no colo, provavelmente não será dono de um esplendido caráter. Se o seu filho não consegue dormir sem chupeta, cuidado, pois ele pode estar mostrando uma predisposição ao vício, o que no futuro pode se tornar em uma grande dependência química. E se ele tem o péssimo hábito de dormir com aquele famoso “paninho”, em sua fase adulta pode se tornar uma pessoa não muito adepta à higiene.

Qualquer mãe sabe que mais cedo ou mais tarde terá que orientar seus filhos em determinadas coisas e maioria das mães temem a pergunta “como eu nasci?”. Nesse caso você tem três opções. Contar a história da cegonha. Dizer “pergunte pro seu pai”. Ou responder a verdade:

- Filinho, eu e o seu pai fizemos amor!

Mude de assunto rapidamente, antes que ele queira mais informações, mas não ache que o assunto terminou por aí. Mais tarde começa a pior tarefa, a educação sexual. Lembre-se que explicar sinceramente é a melhor forma:

- Sexo é um ato muito bom que duas pessoas fazem peladas. Começa na adolescência e termina no casamento.

Mude novamente de assunto e lembre-se que a educação sexual é cíclico. Você vai ensiná-lo sobre sexo, gametas e orgasmos. Mais tarde ele te explicará o que é sexo tântrico. Não se sinta inferior, como tudo na vida, sexo também evolui e os seus filhos farão coisas diferentes na cama do que você e seu marido.

Passada essa fase, virão outras piores. Primeira menstruação, primeira namorada, primeiro natal fora de casa. Pois bem, seus filhos estão crescendo. Entram na faculdade, casam-se e saem de casa. Nesse momento você achará que perdeu seus filhos de vez.

Fique tranqüila, pois virão os netos que são filhos ao quadrado e você poderá fazer tudo o que quiser sem se preocupar com a moral, pois as mães devem educar, já as avós pode fazer tudo e muito mais.


FELIZ DIA DAS MÃES...

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Mário? Que Mário?

Os chatos são seres semi-racionais pertencentes à espécie homo-chatiens e estão presentes em nosso planeta desde a Idade Média. Segundo o Darwinismo, a espécie evoluiu, mas não muito, e hoje se apresentam em nossa sociedade em forma de tios barrigudos, vizinhos, professores de filosofia, síndicos e funcionários públicos.

O primeiro registro de chatice na história foi o de Pitágoras que inventou seu teorema visando sacanear os alunos que, mais tarde, o aprenderiam no ginásio.

Hoje, os chatos se apresentam em festas, casamentos, salas de aula, velórios e reuniões de condomínio e, segundo estatísticas, existe um chato para cada três pessoas normais.

Os chatos costumam falar quinhentas palavras por minuto e emendar um assunto no outro, além de possuírem o péssimo hábito de pegarem em você enquanto falam. Meia hora de conversa com um deles bastará para que ele vire sua blusa do avesso e desarrume seu cabelo inocentemente.

Costumam exibir os dons humorísticos que não possuem fazem piadas, trocadinhos e comentários como:

- Sentou na ponta da mesa tem que pagar a conta!

Ou:

- Que Mário? Aquele que te comeu atrás do armário?

E a pior de todas:

- Se eu quero pavê? É pavê ou pra comê?

Nesse momento você sempre se pergunta: “O que é que eu estou fazendo aqui?”.

Eles estão em todas as partes e nas mais diversas variações:

Chato Alto Lá – Começam todas as frases com “Alto lá” e você se pergunta, “lá onde minha senhora”?

Chato Alzheimer – Conta repetidamente as mesmas coisas.

Chato BBB – Começam sempre a conversa com “você viu a prova do líder?”

Chato Carente - Te abraça, pendura-se no seu pescoço por três minutos e dizem “que saudade”, mesmo que você tenha o visto uma vez na vida.

Chato Eu Sou o Máximo – É tão prepotente que até o furúnculo dele é melhor que o seu.

Chato Minha Vida é Uma Droga – Adora contar uma desgraça e sempre acham que os problemas dele são piores do que os terremotos no Haiti.

Chato Tapinha nas costas – Aquele que te dá tapinhas nas costas como se estivesse te pondo para arrotar.

Chato Virgem-Intelectual – Mais conhecido como “NERD”, adora contar a teoria do Big Bang enquanto você olha para a bunda da nova namorada do seu primo.

Chato Zorra Total – Adora contar piadas sem graça, fazer trocadilhos e se sente a nova geração do Chico Anysio.

Chato Skol – Se transforma em todos os chatos acima com apenas um copo de cerveja.

Por isso, ao chegar a um evento encoste-se na parede, – o que evita que você seja surpreendido por um chato atrás de você – mantenha uma visão periférica e se atente às pessoas que vagam sozinhas pela festa. Pode ser um chato. Se ele andar em sua direção, finja atender o celular e saia depressa, mas se você estiver sem celular, desmaie, pois uma noite no hospital tomando soro e plazil na veia é muito mais agradável do que ter que saber quem é o tal do Mário.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Quem nunca errou que atire a primeira merda!


“Se você é idiota, festeiro e adora ser vip, não perca tempo. Jogue merda em um gay e ganhe um ingresso para a Super Festa Brega”.

Resumindo ironicamente, essa foi a recente publicação do jornal O Parasita, escrito por um autor anônimo sob o codinome de Joãozinho Zé-Ruela, estudante da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP.

Após repercussão nacional e a iniciação de investigação policial, o jornal lançou uma nota de desculpas justificando que O Parasita é um jornal de “humor escrachado” e não tinha a intenção de divulgar mensagens homofóbicas.

Humor Escrachado??? QUE PORRA É ESSA???

Depois de Comédia Dell’arte, Tragicomédia, Clown e tantas outras formas belas de se fazer comédia, há quem utilize a ridicularização alheia para bancar o engraçadinho e invadir nossas casas, aos domingos, em forma de Pânico da TV.

Diante de tantos mestres como Charles Chaplin, Chico Anysio, Luiz Fernando Veríssimo e Fernanda Young, que tão grandiosamente representam a comédia, chega a ser prepotência que esses pseudo-comediantes disseminem a mediocridade e a chame de comédia.

Portanto, senhores editores de O Parasita, Pânico na TV e afins, não desonre o cenário humorístico brasileiro desta forma. Isso que vocês fazem está longe ser comédia e vocês estão mais longe ainda de serem comediantes.

Embora pareça contraditório, comédia é coisa séria, deixe-a para quem realmente sabe fazê-la.

sábado, 1 de maio de 2010

TPM Antitabagista

Embora cientificamente os estudos dos hormônios já tenham explicado as causas e os efeitos da TPM, os homens ainda não compreenderam a dimensão desse problema feminino mensal.

É claro que se tratando de um problema do universo feminino, os homens não entendem e tampouco se interessam.

Se você é homem e fumante existe uma forma de você compreender as donas dessa maldição.

Pare de Fumar!

Ao se privar desse prazer mortal você sentirá uma irritação profunda que vem do dedão do pé, escapam pelos poros e explodem nas pontas dos fios de cabelos.

Nessa situação, você seria capaz de meter uma tesoura na jugular de sua própria mãe.

Os homens que estão lendo esta crônica devem estar se perguntando se o autor é realmente um homem. Pois bem, sou homem e acabo de passar por essa TPM Antitabagista.

Já as mulheres devem estar felizes por serem finalmente compreendidas pelo sexo oposto. Mas se iludam, pois isso é apenas um alerta aos meus amigos homens:

“Se por acaso sua esposa, mão, filha ou qualquer outra mulher que esteja ao seu redor for uma fumante em abstinência, mantenha-se longe. A TPM será duplicada e você poderá acordar – se acordar – com um salto agulha cravado na testa”.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Bi-Curious

Homem beijando homem, mulher beijando mulher. Tudo junto e misturado. Homossexualismo? Talvez não. Pode ser o Bi-Curious!

O Bi-Curious (curiosidade bi) foi o termo criado pelos americanos para aqueles se aventuram pelas experiências com corpos iguais aos seus, mas que teoricamente não são gays, só curiosos.

Antes havia os heterossexuais que começaram a dividir espaço com os homossexuais.

Os que não eram homossexuais e nem preconceituosos foram denominados de simpatizantes.

Diante de toda a diversidade começaram as ramificações:

Os homossexuais se dividiram entre gays, lésbicas e transexuais. Os heterossexuais foram divididos entre os HT’s e os simpatizantes. Entre os “homos” e os “heteros” estão os bissexuais.

Agora a pergunta que não quer calar: “Onde entra o Bi-Curious?” I don’t know!

O “fenômeno” é mais freqüente entre as mulheres jovens, pois elas são muito mais abertas a essas novas experiências. Os homens ainda não evoluíram a este nível. O preconceito ainda não permite, mesmo que a vontade exista. Mas mesmo assim o Bi-Curious atinge outros gêneros e idades.

Sendo assim, não se surpreenda se sair um homem nu do quarto do seu irmão ou se sua mãe aparecer com uma namorada em casa, pode ser o Bi-Curious invadindo seu lar.

Um Dois Três de Oliveira Quatro

Tão bom seria se cada indivíduo pudesse escolher seu próprio nome...

Aos 18 anos, todos deveriam ter o direito de se autodenominar.Isso evitaria que a insensatez dos pais, fizesse-os batizarem seus filhos de Cotegipe, Petruquio, Juracema, Durvalino, Richarlyson ou Zenóbio.

Caralho, cacete, buceta não são palavrões, palavrões são: Apurinã, Alfin e Carabino que de tão absurdos, até parecem mentira, mas que na verdade não passam de uma puta sacanagem dos pais que amaldiçoam seus filhos, nas primeiras horas de vida, com o nome de Beócio.

Há quem diga que o amor materno é sublime. Eu tenho minhas dúvidas!!!


Nos cartórios brasileiros deveriam ser instalados bafômetros ou detectores de substâncias alucinógenas, pois em alguns casos como Sarah Sheeva, Nana Shara, Zabelê, é indiscutível que os pais estavam bêbados ou sob os efeitos de algum chá de cipó, cogumelo e ervas finas.

Se tratando de Maria, João, Thamiriz, Leonardo, Renata ou Guilherme, o nome passa a ser a identidade de uma pessoa, já Magnésia é a uma cruz que a infeliz vai carregar para o resto da vida.

Ao morrer, qualquer infeliz se despede de todos os seus carmas, pecados, sofrimentos, sentenças e finalmente descansa em paz. Menos o Aricreison que ainda terá seu nome perpetuado em seu Epitáfio.